Existem no mundo, dois tipos de pessoas: as que dividem as pessoas em dois grupos e as que não o fazem
Para cada aluno, existem condições e contextos que facilitam (ou dificultam) a aprendizagem.
A investigação em Psicologia já mostrou que normalmente as dificuldades não são uma característica intrínseca, pessoal e específica do aluno.
As dificuldades surgem na interacção de um aluno com um contexto de aprendizagem.
Qualquer mudança pessoal (mudança de atitudes, de hábitos, de pontos de vista, perturbação emocional ou alteração no contexto familiar) pode influenciar de forma mais ou menos positiva a forma como o aluno interage com as situações de aprendizagem.
Qualquer mudança no contexto de aprendizagem (mudança de professor, de turma ou de escola, insucesso repetido, alteração de métodos ensino, de formas de avaliação ou de programas) pode influenciar a forma como o aluno interage com as situações de aprendizagem. E diferentes alunos podem reagir de forma diferente a essas alterações, de forma mais ou menos positiva.
Apesar da alteração legislativa introduzida em 2008, todos os alunos podem beneficiar de diferentes formas de avaliação (formativa, aferida, sumativa, extraordinária), de planos educativos e de outras medidas de adaptação curricular. A avaliação já não se resume a um momento final de tomada de decisão (“o aluno fica retido ou passa de ano…?”). A avaliação, nas suas mais variadas formas (diagnóstico, auto-avaliação, avaliação em grupo, testes e fichas de trabalho, e tantas outras...) acompanha todo o processo de aprendizagem, deve ser um contributo, um elemento facilitador da própria aprendizagem. Numa perspectiva funcional, a avaliação ajuda o aluno e o professor a determinar progressos, necessidades, estratégias de ensino e de aprendizagem mais adequadas.
Podemos dizer que existem situações, contextos e características pessoais que são factores de risco. Factores de risco são aspectos que aumentam a probabilidade (o risco) de um determinado acontecimento ocorrer. Há factores que aumentam a probabilidade de surgirem dificuldades pessoais. Outros aumentam a probabilidade de surgirem dificuldades no processo de aprendizagem.
Dois tipos de dificuldades mais ou menos facilitadoras da aprendizagem, mais ou menos adaptativas.
Sabemos que os adolescentes gostam do risco - escalada, montanhismo, skate, patins em linha, experiências novas e muito mais. Gostam de desafios, da sensação de caminhar à beira do abismo. Porque não gostam então de aprender, de investigar, de descobrir? ...se é o risco e a aventura da descoberta que motiva tantos cientistas e investigadores! Quem disse que foi fácil inventar a electricidade ou o avião? Quem acha que é fácil explicar um átomo ou a origem do universo? Quem diz que é fácil descrever os processos de reprodução ou entender a mente humana? Quando se tenta compreender, quando se tenta aprender, esperam-se dificuldades e riscos: risco de errar, de não conseguir, de falhar. E é nesse risco que vamos...